Gerados e renovados pela Palavra de Deus

O mês de setembro é marcado por diversos sinais da vida que se renova. Seja pelo som do canto do sabiá, pelo colorido da floração, pelo perfume das flores, pelo vigor da brotação e a expectativa da frutificação. Deveríamos aprender mais desta bela natureza. Pois Deus deseja fazer o mesmo com o seu povo. Esta renovação, contudo, não está atrelada a uma estação do ano e sim, ao poder da sua Palavra.

Para sabermos como Deus realiza a criação e a renovação do seu povo através da Palavra, importa observar três etapas distintas (conforme Tg 1.17-27):

Ouvir a Palavra: Todo processo de criação e renovação inicia pela nossa disposição em ouvirmos a Palavra. Essencial para isso é o silêncio, como disse Tiago: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar” (v.19)

Aceitar a Palavra: Não basta ouvir, é preciso aceitá-la como palavra da verdade. Muitos ouvem a palavra e a recusam. Nestes nada acontece. Tiago expressa muito bem o que significa isso: “aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.” (v.21)

Praticar a Palavra: Talvez a etapa mais importante, uma vez que, a pratica da palavra é a realização do ensino recebido. A pratica da palavra é, na verdade, a efetivação de toda a criação e toda renovação que Deus opera na vida do seu povo.

Portanto, não basta ouvir e aceitar a palavra. É preciso também praticá-la. E por que isso é tão importante? Por que se não a praticamos, ocorrem consequências em nossa vida, não apenas pela inexistência da renovação, mas também pelo espaço em nossa vida de todo tipo de hipocrisia, farisaísmo, orgulho espiritual e arrogância. Este foi o problema dos fariseus na época de Jesus, contra os quais ele tantas vezes falou palavra duras. Eles constantemente estavam ouvindo a palavra e, de certa a forma a aceitavam (seja pela memorização, por ensiná-la adiante).
Mas não a praticavam a ponto de deixarem se transformar e renovar pela Palavra. Por isso achavam-se superiores e eram tão exigentes e controladores com os outros (especialmente com os discípulos de Jesus).

Deixemos que os sinais da primavera nos inspirem para que tenhamos cada vez mais a alegria de ouvir, aceitar e praticar a Palavra de Deus para experimentarmos constante renovação.

Grande abraço,

Pastor Carlos

Que fé orienta nossa vida?

Como aquilo que você ouve na igreja se reflete no dia-a-dia? Há conexão entre a fé “domingueira” e a fé cotidiana?

A vida cotidiana é permeada de crenças e sinais. Ouvimos pessoas, mesmo em nosso meio, falando: “que azar”, “alguém me rogou praga”, “hoje é sexta-feira treze”. Só que respeitar as diferenças religiosas é muito diferente de aderir a tudo, perdendo a própria identidade.
A mídia é muito eficaz em apresentar crenças. Aquilo que assistimos está nos ensinando teologias e conceitos referentes à fé.

Um exemplo é a “onda” proveniente de grupos esotéricos (Nova Era) e de alguns meios espíritas, das crianças índigo e cristal. Reportagens e até uma novela apresentam essa ideia. Seriam duas novas gerações de indivíduos (ou espíritos) que chegam a Terra para causar uma reviravolta de paradigmas. As pessoas índigo seriam as nascidas a partir de 1980, e as cristal, a partir de 2000. Mas esta ideia não tem respaldo científico, pois não se trata de ciência: trata-se de fé.

Os “índigo” são irrequietos, contestadores, não podem ser contrariados, não fixam a atenção, não conseguem lidar com frustrações. Mas a Sociedade de Pediatria de São Paulo (Dra. Miriam R. F. Silveira, do Departamento Científico de Saúde Mental), assim diz: “No que concerne ao comportamento descrito destas crianças, observamos que o quadro é muito semelhante ao observado nos casos de transtorno do déficit de atenção com ou sem hiperatividade, os quais possuem critérios rígidos e específicos para que se faça um diagnóstico correto. Devemos evitar a banalização deste diagnóstico (TDAH), bem como a medicação excessiva, ambos observados ultimamente em nosso meio”.

Aqui encontramos uma triste evolução: a falta de limites migrou para um exagero de uso de medicação, e agora, uma espiritualização. São jeitos de não se responsabilizar pela educação. E colocar as crianças em um patamar “mais evoluído”, melhores que os outros, especiais, são atitudes extremamente prejudiciais e de desamor. Esse é um exemplo do que recebemos diariamente, e por detrás, estão conceitos como a reencarnação, o “carma”, a “aura” e outros, que não são pertinentes à fé cristã e influenciam a educação de nossos filhos.
Vejam o conselho que Paulo deu a Timóteo. Manter a fé e a boa consciência requer conhecimento, estudo e devoção no dia-a-dia. A qual fé você aderiu e segue – o que é mais forte em você? Felizmente a confessionalidade evangélico-luterana tem pilares muito claros e definidos. Uma boa oportunidade de encontrar respostas é participar do Curso Alpha. Você já se inscreveu?

Um abraço fraterno
Soraya Heinrich Eberle

A Graça de Deus: o maior presente da vida

A graça de Deus é tudo aquilo que recebemos de Deus a partir da morte e ressurreição de Jesus: o perdão dos pecados, a salvação, a vida eterna, o amor, a paz…

O apóstolo Paulo tinha a preocupação de que as pessoas não soubessem valorizar esta graça. Mais ou menos como na seguinte história:

A Regina e o Rubens estavam casados a três anos. Tinham uma vida boa, casa própria, empregos estáveis. O aniversário de Rubens estava se aproximando e Regina há semanas já pensava no presente que daria para o seu marido. Queria lhe dar algo especial para demonstrar seu imenso amor pelo marido. Ela já vinha guardando dinheiro a tempo. Deixou muitas vezes de comprar coisas que ela precisava e roupas que desejava muito. Mas o que comprar para meu marido? Pensou no que ele gostava de fazer: internet, futebol… mas nenhuma ideia.

A resposta veio, quando um dia, Rubens disse que iria até o vizinho pedir umas ferramentas emprestadas para consertar o vazamento na pia do banheiro. “É isso! Uma caixa de ferramentas! Ele não apenas conserta mas gosta muito de fazer isto. Parece até que se diverte arrumando as coisas da nossa casa.” Então Regina fez uma ampla pesquisa de preços, informou-se com diversas pessoas sobre que ferramentas comprar. Deixou para comprar no dia do aniversário pois queria realmente lhe fazer uma bela surpresa.

Quando chegou em casa, Rubens já tinha chegado do serviço (um pouco mais cedo por causa do seu aniversário) e foi direto ao computador. Ela muito feliz lhe deu o presente e ficou esperando pela reação do marido. Mas qual não foi a decepção: Ele estava tão envolvido com a leitura dos e-mails e de seu facebook que simplesmente disse: ”Obrigado, querida, coloca aí no sofá que já vou ver”.
Ainda olhou as notícias do esporte na internet, e isso levou mais de meia hora. Daí tocou o telefone. Era sua mãe ligando para cumprimentá-lo. Depois disso, mais telefonemas. Daí chegaram alguns amigos para abraçar o aniversariante. E se demoraram para ir embora. Quando finalmente estavam sozinhos decidiram dormir pois o cansaço era muito. E o presente ficou no sofá…

Você já passou por algo parecido? Já sentiu na pele a decepção da Regina ou a negligência de Rubens? Qual tem sido a sua reação ao constatar o presente da graça de Deus na sua vida?
Receber a graça de Deus em vão é não valorizar o presente da graça que Ele nos dá. Pense nisso.

Um grande abraço,

Pastor Carlos.

80 Anos de História marcados pelo Ensino

Creio que, em boa parte de seus 80 anos, a Comunidade Evangélica de Canoas cumpriu com a ordem de Jesus de fazer discípulos através do batismo e do ensino. E o ensino aqui promovido, não foi apenas o ensino do evangelho, mas a partir dele também o ensino para a formação da cidadania.

Aliás, pode-se dizer que desde os primeiros anos a CEC foi marcada pelo ensino. Em 14/12/1935 foi adquirido o terreno e, já no ano seguinte, em 13/09/1936, aconteceu a colocação da Pedra Fundamental do primeiro prédio construído no terreno da Monte Castelo que abrigou uma escola alemã, mas também serviu para a realização dos cultos. Infelizmente, em agosto de 1938 a escola foi fechada em virtude da II Guerra Mundial e das proibições do uso da língua alemã.

Alguns anos mais tarde podemos novamente perceber fatos relevantes da história da Comunidade voltados para o ensino e a formação:

Com todo este empenho e incentivo para o ensino, é fácil deduzir que muitas pessoas receberam nesta Comunidade formação que fez diferença em suas vidas. Muitas delas destacaram-se por sua atuação como líderes (já tivemos membros desta comunidade que chegaram a presidir o Conselho da IECLB e outra que presidiu o Conselho Sinodal, para citar alguns exemplos). Mas também uma infinidade de pessoas que fizeram diferença promovendo transformações através de sua vida profissional e familiar.

Somos gratos a Deus que inspirou as lideranças do passado e do presente a dedicarem-se ao ensino, numa clara obediência à ordem de Jesus.

Um grande abraço,
Pastor Carlos.

Os frutos da comunhão

Este versículo faz parte de um dos últimos ensinamentos de Jesus aos seus discípulos, antes de sua morte. O verbo permanecer é central neste versículo e neste texto. Seu sentido original significa estar ligado a, ficar, habitar, hospedar-se. A tradução na Linguagem de Hoje diz “fiquem unidos comigo”. Portanto, permanecer em Cristo é muito mais do que simplesmente estar ali lado a lado com Cristo. Está implícita uma conotação de interação. É necessário considerar uma troca. Da mesma forma como ocorre uma interação entre o ramo e a videira. O ramo recebe a seiva da videira e, consequentemente, nele surgem brotos, folhas e frutos. Para isso o ramo precisa permanecer ligado, unido à videira. De outra forma não receberá a seiva. Também os significados de habitar ou hospedar-se subentendem que existe um convívio entre os habitantes da casa ou entre hóspede e hospedeiro. Portanto, podemos afirmar que permanecer junto com Cristo significa uma permanência relacional. Implica em proximidade, em convívio, em conversa, em diálogo onde ambos falam e ambos escutam. Mais ainda, significa uma vontade constante de estar juntos para este convívio e comunhão.

Um exemplo desta permanência em Jesus é a oração que aparece no v. 7: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” A partir desta compreensão de que permanecer em Cristo é algo relacional, fica mais fácil entendermos porque Jesus menciona a oração, pois ela é uma das formas pelas quais nos ligamos diretamente a ele. Pela oração não somente podemos trazer todos os nossos assuntos perante ele, mas também, na medida em que nos aquietamos e meditamos nas suas palavras, ele pode nos falar, revelar, mostrar e ensinar coisas de suma importância. Aliás, já podemos concluir também que, talvez esta seja a principal fonte de onde vão surgir os frutos produzidos pelos que permanecem nele. E Jesus é enfático: “… pedireis o que quiserdes, e vos será feito.”

Esta promessa de atender a todos os pedidos está diretamente relacionada à condição desta permanência em Jesus. O que nos leva a concluir que, na medida que assim permanecermos unidos com Cristo, em intensa comunhão, somente vamos pedir aquilo que é de consenso, de interesse mútuo entre o ramo e a videira. Pedidos egoístas por parte do ramo nem chegam a ser formulados quando a comunhão se torna tão próxima através da oração.

Quer produzir frutos em sua vida de fé? Verifique o quanto tem permanecido ligado ao Senhor Jesus! Então eles surgirão naturalmente.

Um grande abraço,

Pastor Carlos.