Boletins & Mensagens Pastorais

Mensagem Pastoral - Dezembro 2014
04:00 , ter, 02/dez/14

Mensagem Pastoral – Dezembro 2014

Crescer dói! Tchau!

Este título é estranho mesmo. Explico: nesta última mensagem pastoral que escrevo ao boletim mensal da Comunidade de Canoas, desejo fazer uma breve retrospectiva destes 9 anos e escrever palavras de despedida. Mas também queria chamar sua atenção pra que você iniciasse a leitura desta mensagem.

Parece que foi ontem que iniciamos o trabalho aqui em janeiro de 2006 com os cultos no salão porque o templo estava em reformas. Mas sem sombra de dúvidas, foi um tempo muito bom para nós. Por isso mesmo somos muito agradecidos a Deus por ter nos chamado para este trabalho pastoral. Também somos gratos a toda Comunidade pela forma como nos acolheram ao longo destes nove anos. Aqui a Ana Raquel e o Daniel nasceram e viveram seus primeiros anos da infância. Aqui tivemos a oportunidade de desenvolver verdadeiras amizades e conhecer gente muito querida. Jamais esqueceremos vocês. Tudo isso levaremos junto, empacotadinho em nossos corações e registrado em nossa mente e em muitas fotos.

Também vou lembrar com alegria das muitas pessoas que ouviram o Evangelho atentamente, o acolheram e o deixaram crescer em seus corações. Não apenas nos cultos, mas também nos mais de 15 cursos, dezenas de retiros, incontáveis reuniões de pequenos grupos, centenas de visitas, meditações e palestras. Claro que nem todos os membros aproveitaram esta semeadura, mas em muitos que aproveitaram, o crescimento na vida de fé foi bem visível. Foi bonito ver como os “novos” na fé assumiam responsabilidades, dispunham-se ao serviço, ocuparam cargos, demonstravam sensibilidade ao sofrimento alheio e até já ensinavam a outros. Este crescimento também foi perceptível em alguns grupos que funcionam muito bem com sua autonomia e maturidade.

Evidente que também na vida de fé existem as “dores do crescimento” (que ocorrem em algumas crianças). São dores de crescimento da fé porque, na medida em que a fé vai se desenvolvendo, a pessoa precisa sair de uma “zona de conforto”, precisa assumir as responsabilidades da independência, tomar e frente com cara e coragem e fazer tarefas que nunca tinha feito. Isso revela as dores da insegurança, da inexperiência, da baixa autoestima… Também nestes anos, infelizmente alguns (acostumados ao hábito da superproteção) não suportaram ou não quiseram entender nem aceitar esta realidade. Daí, geralmente a saída é achar algum culpado. Faz parte.

Sei que nestes anos em Canoas não agradei a todos. Para alguns fui muito inflexível, para outros, muito sério, para outros muito insubmisso e para outros muito sincero. Diversos manifestaram isso (uns poucos pessoalmente outros tantos por “tabela”). Também não era meu objetivo agradar a todos, pois isso é impossível. Nem Jesus o fez.
Mas me alegro, sobretudo, que este pastorado, de forma alguma, foi “centralizador”. No propósito bem explícito desde o início, de ajudar os membros a exercerem o “sacerdócio de todos os crentes”, foi muito gratificante ver a alegria resultante do servir, estampada no rosto de muita gente. Agradeço de coração a todos e a todas que trabalharam comigo nas visitações, na direção de pequenos grupos, na coordenação dos Grupos de Serviço, na música, nos eventos, no exercício de cargos, nas orações…

Para nossa despedida e, ao mesmo tempo, nossa mensagem de Natal, queremos deixar as palavras de 1 Pedro 2.5: “Vocês, também, como pedras vivas, deixem que Deus os use na construção de um templo espiritual onde vocês servirão como sacerdotes dedicados a Deus.” Nosso desejo é que esta experiência de ser pedra na construção de Deus e sacerdotes dedicados, seja uma experiência para toda a vida. Pois quem entende e vive isso, também entende verdadeiramente o significado do nascimento do menino Jesus em Belém. FELIZ NATAL E ATÉ LOGO!

Grande abraço de Daniel, Ana Raquel, Soraya e Pastor Carlos.

03:33 , seg, 01/dez/14

Boletim – Dezembro 2014

Mensagem Pastoral - Novembro 2014
03:52 , dom, 02/nov/14

Mensagem Pastoral – Novembro 2014

Ecumenismo

Como herdeiros e herdeiras da Reforma possuímos, enquanto Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, uma identidade, um rosto e um jeito de ser. Em outros termos: sustentamos valores que nos caracterizam e definem como Igreja de Jesus Cristo na sociedade e no mundo. Assim sendo, desejo compartilhar nesse espaço um dos valores da IECLB: a ecumenicidade.

Entendo que a busca por unidade, objetivo último do ecumenismo, não se reduz à esfera eclesiológica, ao diálogo entre as diversas “igrejas irmãs”. Mas sim, convida pessoas distintas a viverem em comunhão. Ainda que a unidade entre as pessoas cristãs esteja no topo da agenda cristã, ela é primazia e não pode ser vista como um fim em si. Para tanto, vale lembrar que a oikoumene se refere a todo mundo habitado, o que aponta para uma origem de unidade que transcende o nível puramente religioso.

O ecumenismo almeja a unidade de toda a humanidade e sociedade, afinal, todas as pessoas são apresentadas no livro de Gênesis como criadas à imagem e semelhança de Deus. Nesse sentido, o mundo dilacerado pela violência e pela falta de amor e fraternidade deve ser visto como um chamado à unidade, à paz e à inclusão.

A unidade pretendida por Jesus deve ser entendida como aquela que reconhece e chama o outro de pessoa próxima. Tal proximidade não poupa ações, nem deveres. A aceitação incondicional de Jesus para com todos ensina a comunidade cristã a acolher a pessoa próxima no amor (Mt 22.39), bem como zelar pela pessoa necessitada, como afirma a conhecida parábola do bom samaritano (Lc 10.30b-35).
Nesse sentido, a unidade só existe no amor e no acolhimento mútuo, conforme acontece ali, no momento em que sentimentos de vaidade e de soberba são postos de lado. Assim, pode-se afirmar que é na “leve” e “árdua” vida de Cristo que o ecumenismo principia. Aos pés da cruz de Cristo, encontra-se o chamado à unidade, “a fim de que todos sejam um” (Jo 17.21).

Entretanto, a unidade intencionada pelo movimento ecumênico não exige a anulação de uma salutar diversidade, fruto da própria Criação. Aliás, o próprio ecumenismo só existe em meio a essa diversidade. As Sagradas Escrituras, que fundamentam o ecumenismo, são uma realidade ecumênica em si mesmas. O testemunho bíblico surge por meio do testemunho de um grupo de pessoas, nasce em meio a uma “nuvem de depoimentos” (cf. Hb 12.1).

A comunhão entre o diferente, entretanto, não significa uma relativização. A Bíblia, na tradição cristã, aponta invariavelmente para o seu eixo gravitacional, ou seja, o Evangelho. O Evangelho não é um dogma, mas a pessoa de Jesus Cristo. O ecumenismo aponta em direção a esse eixo gravitacional, não sendo, portanto, relativização. Ao contrário, é compromisso teológico e ético em torno da mensagem de Jesus Cristo. É esse o seu critério! A falta dele favorece leituras oportunistas e equivocadas. Consequentemente, o ecumenismo exige uma coerente interpretação bíblica que investiga as Sagradas Escrituras em seu contexto e em sua história. Uma leitura fundamentalista da Bíblia camufla e distorce a Boa Nova, bem como colabora para uma leitura legalista e reducionista do testemunho bíblico que segrega, exige uniformidade e deixa de acolher o diverso.

A unidade evidentemente tem como parâmetro a vida e a mensagem de Cristo. É Ele quem define a unidade em Sua vida e em Sua cruz. Assim, o ecumenismo, a partir de Jesus Cristo, deve ser entendido como uma prática que acolhe no amor – e não meramente tolera. Como tal, a unidade entre as pessoas principia no respeito mútuo. A disposição para o diálogo que visa à união do diverso, parte dessa premissa.
Entendo que o ecumenismo pode ser visto como uma mentalidade que procura traduzir a fé num Deus Criador que almeja a unidade da Sua criação, bem como o da Sua Igreja. Já na prática visa o respeito e a fraterna comunhão entre as pessoas.

Assim sendo, a tradição confessional da IECLB não nos isola, mas nos chama à unidade (cf. Jo 17.20-23; cf. 1 Co 12-25-27), ou seja, a um vínculo de fé e ação com todas as igrejas que no mundo confessam o Cristo como Senhor e Salvador.

Sigamos, pois, juntos no caminho!

Um forte abraço,

Daniel

03:31 , sáb, 01/nov/14

Boletim – Novembro 2014

Mensagem Pastoral - Outubro 2014
03:50 , qui, 02/out/14

Mensagem Pastoral – Outubro 2014

O espaço das crianças em nosso meio

 “E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” Mateus 18.2-4 

Por este e outros textos temos a certeza de que Jesus valorizava as crianças. Mais até do que isso, disse que deveríamos imitar as crianças, especialmente no que diz respeito a humildade. Duas lições significativas de Jesus a partir deste texto:

1 – O gesto de chamar uma criança e coloca-la no meio da roda dos discípulos foi um gesto concreto. As crianças precisam estar entre nós. Será que na Comunidade Evangélica de Canoas elas têm espaço para estar entre nós? Ao responder esta pergunta, me dei conta de diversos exemplos concretos dos últimos anos:

- As crianças do Culto Infantil tem três salas equipadas (cadeirinhas, mesas, brinquedos, livros, material didático, som, …) de uso exclusivo delas.
- O maior evento da arrecadação de recursos da Comunidade (Café Colonial de agosto) tem como objetivo assegurar o orçamento anual para o trabalho do Culto Infantil.
- Temos uma equipe de 12 orientadoras do Culto Infantil, (lideradas por uma coordenação), que dominicalmente ensinam e cuidam das crianças de forma voluntária. Elas se reúnem regularmente, fazem seu planejamento, se organizam em escalas e recebem formação e orientação para este trabalho.
- Diversos programas especiais, como a Tarde da Família, são realizados para as crianças ao longo do ano.
- Semanalmente temos três horários de aula de iniciação musical para as crianças.
- Um culto por mês (o culto da Família, no segundo domingo) visa integrar as crianças no culto para que elas se habituem com este lugar. Para isso temos, inclusive, quatro bancos de tamanho apropriado para as crianças. É o espaço delas em nosso templo.

Menciono estes exemplos também para que, aquelas famílias que não costumam trazer suas crianças para o Culto Infantil, saibam disso e se motivem a trazê-las.

2 – A segunda lição de Jesus é que as crianças servem de exemplo para nós adultos. “Quem se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus”. Jesus falou isso aos discípulos por que eles estavam discutindo para saber “quem era o maior entre eles”. Coisa muito comum entre os adultos!

Portanto, neste mês em que lembramos especialmente das crianças pelo seu dia, a mensagem é para nós adultos: continuemos dando espaço para as crianças e as observemos a fim de seguir o exemplo delas.

Grande abraço,
Pastor Carlos

03:17 , qua, 01/out/14

Boletim – Outubro 2014

Mensagem Pastoral - Setembro 2014
03:46 , ter, 02/set/14

Mensagem Pastoral – Setembro 2014

Não desanime nem tenha medo

 Se você obedecer a todas as leis que o Senhor deu… Seja forte e corajoso; não desanime, nem tenha medo.” 1 Crônicas 22.13 

Este versículo faz parte da história da construção do templo que Salomão fez. São palavras de encorajamento que o rei Davi dirige a seu filho Salomão nos preparativos para esta construção.

Não sabemos o que passava na cabeça de Salomão diante do desafio de construir aquele templo, mas podemos imaginar algumas coisas: que ele sentia insegurança diante da complexidade daquela obra; que ele se sentia incapaz por causa de sua pouca experiência; que ele tinha medo por causa das coisas que seu pai (Davi) “inventava” e que ele tinha que dar conta (veja 22.5),… Para isto as boas palavras de Davi eram bem significativas: Seja forte e corajoso; não desanime, nem tenha medo.

Mas, com certeza, também são palavras que servem para cada um de nós, especialmente quando temos diante de nós um grande desafio, a execução de um projeto especial ou quando nos sentimos ameaçados pelo desânimo e pelo medo.

Não tenho dúvidas de que os maiores temores das pessoas estão ligados às pessoas de seu convívio próximo: pessoas da igreja, do trabalho e familiares. O desânimo e o medo afloram diante de decepções, traições, omissões, mentiras, enganações e promessas não cumpridas. E a razão principal disso se deve a uma “cultura do não dizer as coisas” diretamente à pessoa envolvida. Daí o medo da verdade toma conta. Daí as pessoas costumam dizer dizer SIM quando deveriam dizer NÃO. Ou então, numa hora dizem SIM, na hora seguinte dizem NÃO para o mesmo assunto, ou para algumas pessoas respondem SIM, para outras NÃO sobre uma mesma pergunta. São as pessoas de “ânimo dobre” (inconstante, não sabe o que quer) como diz Tiago 1.6-8. Sobre esta “cultura”, Jesus também uma palavra muito clara: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disso passar vem do maligno” (Mt 5.37).

Nas palavras encorajadoras de Davi a Salomão percebemos, em primeiro lugar, que ele ressalta a importância de seguir os mandamentos do Senhor. Eles é que dizem com clareza como devemos agir. Ou seja, somente conseguimos ser verdadeiros e sinceros com os outros quando damos espaço para nossa fé crescer pela Palavra e pela Oração. Daí, também esta palavra de Davi vai servir para nós enfrentarmos as nossas dificuldades, nossos desafios, nosso desânimo e nosso medo.

Grande abraço,
Pastor Carlos

03:13 , seg, 01/set/14

Boletim – Setembro 2014

Mensagem Pastoral - Agosto 2014
01:54 , qua, 20/ago/14

Mensagem Pastoral – Agosto 2014

O Pai Bondoso e Misericordioso

 “O Senhor é bondoso com todos e cuida com carinho de todas as suas criaturas.” Salmo 145.9 

A verdade que este versículo do Salmo expressa é facilmente questionada ao olharmos a realidade de sofrimento, fome e desamparo de milhares e até milhões de criaturas (humanas, animais e plantas) deste mundo. Se Deus cuida com carinho de todas as suas criaturas, porque é que tantas passam fome, são exploradas e até mortas? O que o salmo diz então não é verdade? Sim, o que é salmo afirma é verdade. Deus é bondoso e ele cuida de todos. Isto é experimentado pela ampla maioria das pessoas em toda a terra.

Se existe muita fome, desamparo, sofrimento e até morte neste mundo, entendemos que a principal causa disso é a maldade que existe no coração de uns poucos poderosos capazes de reter, roubar e acumular para si o que Deus destinou a muitos. Mas é bom lembrar que reter o que é dos outros ou simplesmente deixar de repartir com o próximo pode ser prova para condenação eterna conforme o texto sobre o juízo final (Mateus 25.31-46).

Por outro lado, a DIACONIA pode ser a mão do bondoso Deus em ação que objetiva transformação. Ela é o serviço que os cristãos fazem (movidos pelo Evangelho) de distribuir aos necessitados os recursos que estão acumulados, retidos ou são fruto de doações e campanhas. Para exemplificar melhor a diaconia, também no texto de Mateus 25 são mencionados alguns serviços para suprir certas necessidades: dar comida aos famintos, água aos sedentos, acolhida ao estrangeiro, roupas aos despidos (ou , pensando no inverno do RS, roupas quentes para quem quase nada tem para vestir), cuidados aos doentes e visita aos presos.

Desta forma, quando os cristãos praticam diaconia, é certo que a promessa de Deus se cumpre e podemos reafirmar com todas as letras as palavras do salmista: “O Senhor é bondoso com todos e cuida com carinho de todas as suas criaturas.”

Por fim, esta bondade e misericórdia de Deus se torna ainda mais completa em Jesus. Foi ele que disse: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10.10)

Você tem experimentado a bondade e o cuidado de Deus? Olhe ao seu redor e permita que outros também o experimentem.

Grande abraço,
Pastor Carlos

01:53 , qua, 20/ago/14

Boletim – Agosto 2014