A Escada Natalina
Estimada Comunidade!
Para muitas pessoas o tempo de Natal compreende uma época na qual lembramos de nossa infância. Lembramos de cenas e abraços passados, dos cheiros e sabores já idos, mas que permanecem em nossos olfatos e paladares, rememoramos presentes recebidos…
Seis dos meus trinta e três natais passei na cidade de Nuremberg, na Alemanha. Nessa cidade, de imponentes construções nazistas, bombardeada e parcialmente destruída na Segunda Guerra e, posteriormente, palco do famoso “Julgamento de Nuremberg”, no qual inúmeros criminosos de guerra foram condenados, aprendi a ler, contar, escrever e vivenciei meus natais mágicos e infantis.
Lembro-me das paisagens pintadas de branco, do nosso lar aquecido, sinto o cheiro do nosso majestoso pinheiro, lindamente enfeitado por estrelas de palha, bolas e velas vermelhas. Que maravilha os doces de mel, as brincadeiras com os meus irmãos, o calendário de Advento que a cada dia nos reservava um pequeno chocolate. Quantas lembranças!
Ainda assim, a minha lembrança mais marcante de Natal ocorreu na imponente igreja St. Lorenz, no centro de Nuremberg. No solene e grandioso culto de véspera de Natal havia sobre o altar uma velha e frágil escada.
Pois é! Minha lembrança de Natal predileta é uma escada! Como assim?
Foi essa escada que me fez abrir os olhos, ainda criança, para a beleza e profundidade da nossa teologia cristã. Evidente, levei anos para compreender o significado dessa escada.
No presente, creio que a “escada natalina” simboliza o Deus-Emanuel (Mt 1.24) que penetra na história e, sem pedir licença, vem ao encontro da realidade humana e a encarna para conosco estar e ficar, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante de homens e mulheres, humilhando-se e se tornando obediente até “a morte e morte de cruz” (Fp 2.7-8). Deus, por intermédio de um pobre e indefeso menino, “desce a escada” que leva para a sua criação. Por conseguinte, não somos nós, através de obras e méritos, que o alcançamos, mas é o próprio Deus que nos alcança e habita entre nós “cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).
Que neste Tempo de Natal a mensagem e o significado da “escada natalina” encontrem morada em nossos corações. Que no Novo Ano possamos Sonhar, Transformar e Realizar sob a bênção e os passos do Deus-menino que promete estar conosco “todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20).
Por fim, algumas palavras de gratidão!
No dia 11 de janeiro se encerra o meu Período Prático de Adaptação ao Ministério (PPAM). Foram meses de crescimento vocacional e inúmeros aprendizados prático-pastorais junto à CEC e, especificamente, junto ao meu mentor Pastor Carlos. Cintia, Pedro e eu somos imensamente gratos pela acolhida e pelo carinho ofertado por todos e todas. Muito obrigado por esta Comunhão de Vidas e Vidas em Comunhão!
No próximo ano esterei assumindo a coordenação da pastoral ecumênica do Hospital Moinhos de Vento, estando a minha ordenação agendada para o dia 25 de janeiro na Igreja da Reconciliação (Matriz), em Porto Alegre. Fica aqui o convite!
Continuaremos membros na CEC e fixaremos residência em Canoas a partir de meados de janeiro. Novidades de vida que muito nos alegram! Portanto, até breve!
Fraterno e cordial abraço da família Annuseck Hoepfner