Mensagem Pastoral – Maio 2014

Mensagem Pastoral - Maio 2014
01:24 , sex, 02/mai/14

O Mercado e a Igreja

 “Ai de você! Ai de você, Babilônia, grande e poderosa cidade! Em apenas uma hora você já foi castigada! Os comerciantes do mundo inteiro também gritam e se lamentam por causa dela porque ninguém mais compra os produtos deles. Ninguém compra o seu ouro, prata,… seda, lã…perfumes, vinho, azeite, farinha…nem gado e ovelhas, cavalos e carruagens, nem escravos ou outros seres humanos.” Apocalipse 18.10-13. 

Tanto e mercado como a igreja fazem parte de qualquer cidade. Podemos até dizer que existe uma lei do mercado e uma lei da igreja. A lei do mercado é dirigida pelo lucro a lei da igreja, pelo Evangelho. As duas são muito diferentes.

Uma das maiores dificuldades da igreja é que, na maioria das vezes, seus membros são regidos apenas pela lei do mercado e esquecem como funcionam as coisas na igreja. Portanto, vejamos algumas diferenças:

Na lei do mercado, existem contratos e as leis são bem rígidas, especialmente quando o cliente não cumpre com suas obrigações. Com um dia de atraso, o cliente já é castigado com juros e multas. No mercado nada é de graça. Tudo precisa ser pago. Também no mercado se vende de tudo. Conforme o texto de Apocalipse, na grande cidade da Babilônia, vendiam-se até “escravos e outros seres humanos”. E não assim que se diz que “cada pessoa tem seu preço”? Infelizmente esta é a lei que determina quase tudo em nossas cidades, desde a política (quando ela é dominada pelo “toma-la, dá cá”) passando pelo comercio e inclusive o mundo do crime. Por vezes, algumas igrejas também funcionam por esta lei. Como Comunidade Evangélica de Canoas temos resistido a esta lei. Pois se a adotássemos, algumas coisas seriam bem diferentes, por exemplo: as contribuições não seriam mais livres, mas valores estipulados; contribuições atrasadas teriam juros e multa, além de um cobrador para ligar e lembrar os membros do pagamento. Daí, também sepultamentos (e batismos, casamentos e confirmações) somente seriam feitos se a família estivesse rigorosamente em dia com as contribuições. Talvez até a Santa Ceia seria cobrada (poderia-se vender “uma ficha” na secretaria antes do culto e, na hora de vir para a Ceia no altar, alguém recolheria esta ficha). Você percebe o ridículo desta idéia? Pois é, coisas de mercado…

Na lei da igreja, é bem diferente. Nem lei ela é. É Evangelho. Busca-se viver pela graça. Por causa do reconhecimento do que Jesus fez por nós, vivemos em gratidão e contribuímos e ofertamos com alegria, responsabilidade e generosidade. Contudo, se alguém tenta se beneficiar da graça em proveito próprio e, com isso não contribui, é porque sua mente ainda não entendeu este maravilhoso Evangelho e ela só consegue viver pela lei do mercado.

Com qual lei você gostaria que nossa Comunidade continuasse existindo? Pense com carinho nisso.

Grande abraço,
Pastor Carlos

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